sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Secretaria Municipal de Educação e Cultura utiliza Erva-Mate artesanal produzida por estudantes de Agronomia do Campus Cerro Largo, em II Carijada.


Mais do que produto de exportação para fins econômicos e elemento da tradição dos habitantes do sul da América Latina, a erva-mate já era um componente essencial na cultura Guarani muito antes da chegada dos colonizadores europeus. “Era usada para rituais espiritualistas e o grupo também utilizava para cura, devido as suas propriedades”, explica o griô Emílio Corrêa, de São Miguel das Missões, que é mestre na produção de erva-mate artesanal para chimarrão. As pesquisas atuais confirmam essa sabedoria dos Guarani, reiterando a presença de alcaloides, como a cafeína, vitaminas A, B, C e E, sais minerais, proteínas, glicídios, lipídios, entre outros compostos.
O processo de produção da erva, desde o momento da colheita da planta, passando pela escolha do tipo de lenha até a hora em que ela vai para o pilão para ser moída é muito importante. “O pé da erva-mate tem que ter de quatro anos em diante, para então ser cortada. A lenha (utilizada para defumar a folha) é do tipo que dá para tirar a casca e fazer um chá, então essa propriedade vai ficar na erva. Pode ser utilizada a pitangueira, cabriúva ou angico. Mas deve ser colocado uns 30% de lenha seca e o restante tem que ser verde. A altura do carijo tem que ser, no máximo, um metro e dez centímetros. Se colocar em 90 cm e subir 10, por exemplo, já gasta o dobro de lenha para secar a erva”, conta.

O que é Carijo?
O carijo é a estrutura em forma de esteira, feita geralmente de bambu, onde os galhos (compostos em maços chamados de 'macacos') são postos a fim de que o calor das brasas seque as folhas. Durante esse processo, alguém deve estar sempre presente para que as brasas não se transformem em fogo, queimando assim as folhas.
Segundo Corrêa, o carijo também é invenção dos guaranis, pois quando ficavam muito tempo no mato, para realizar suas caças, montavam a estrutura para secar os maços, diferente de quando estavam na aldeia. “Cada um tinha seu fogo de chão, pois uma casa de guarani é fogo de chão noite e dia, aí eles penduravam o maço. Não faziam essa esteira grande”, acrescenta.



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